sexta-feira, 21 de março de 2008

Descança em Paz!!


Portugal está mais pobre. Perdeu um dos seus mais honrados e destemidos homens. Ficará na memória de todos a sua determinação, coragem e caractér.

O Sr. General Galvão de Melo escreveu-nos este texto para ser publicado no jornal "O Con(s)elho". Fica aqui a mensagem que enviou "À Juventude".

À Juventude

“Está tudo errado” exclama o jovem, quando, sentindo despertar no seu intimo os alvores da razão, lança ao mundo que o rodeia o primeiro olhar crítico. E este exclamar e este criticar são, inevitavelmente, prenúncio de um carácter forte que desde logo quer afirmar-se.

“No nosso tempo éramos diferentes, depressa nos fazíamos homens aceitando as responsabilidades da vida” responde cheia de presunção a geração anterior, a geração dos pais.Sempre foi assim: a nova geração quer distanciar-se da anterior, olhando-a como se ela fosse composta de criaturas ultrapassadas que nada podem entender do mundo actual; enquanto as gerações anteriores não conseguem ver os filhos crescidos e aceitar a sua individualidade, o seu querer ir mais além, modificar certas maneiras de estar no mundo bem assim os novos modos de participar na sociedade dos homens.

Enganam-se uns e enganam-se outros. Se a razão fosse apanágio dos novos, como teria a humanidade, percorrido milénios de luta sem descanso, chegado até eles? Se, ao contrário, a razão fosse apenas dos mais velhos, como iria a partir de agora continuar o mundo dos homens?Acertaram uns e acertam os outros quando, anos depois ultrapassados os antagonismos iniciais os novos compreendem o muito que antes deles foi feito e os velhos aceitam não poderem ter feito tudo.

As gerações são essencialmente idênticas. As potencialidades da juventude são, no tempo actual, nem mais nem menos que as potencialidades das juventudes de há cinquenta, cem ou mil anos. Em todos os tempos em todos os lugares, o homem novo é saudável, é forte, é activo, é generoso, procede de boa fé.

Juventude de Portugal é vosso dever reivindicar o direito à educação e ao ensino; o direito à liberdade de pensamento e o direito à disciplina nas escolas, condição básica para os que querem aprender. Aprender é disciplinar a inteligência. Pensar é disciplinar o que se aprendeu. Criar é disciplinar as ideia, ordenando-as por forma a conseguir uma finalidade prática consentânea ao bem da humanidade.Rapazes e raparigas acreditai na vossa juventude cultivando a saúde dos vossos corpos e acrescentado saber às vossas inteligências. Utilizai ambos com a generosidade que vos é própria e Portugal poderá continuar uma Nação digna e útil no conceito das outras nações.

Portugal há-de ser o que a sua juventude desde já começar a ser.

Que Deus salve Portugal!

General Carlos Galvão de Melo

Sem comentários: